sábado, 1 de maio de 2021

abraço


CRUZ AZUL NO BRASIL
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Material de Auxílio Quinzenal nº 439
O efeito terapêutico do abraço
“HÁ UM TEMPO certo para cada coisa (...) tempo para abraçar, tempo para não abraçar”
(Eclesiastes 1, 5b - Bíblia Viva)
Palavras-chave
Efeito. Terapêutico. Tempo. Abraçar. Não abraçar.
Objetivo
Refletir sobre o efeito terapêutico do abraço no processo de uma reunião para dependentes e familiares e 
como lidar com a saudade de abraçar em tempos de pandemia. Estudar e entender os quatro gestos 
necessários para o abraço, segundo Miroslav Volf, em seu livro Exclusão e Abraço.

Roteiro
Iniciamos informando que todo 22 de maio é comemorado o Dia Internacional do Abraço. Interessante, não? 
Existe um dia do ano em que se comemora o dia do abraço. Mas abraço é para todo o dia. Para o ano todo. 
Pelo menos, deveria ser. O abraço, sabemos, tem um efeito terapêutico, desde que dentro de uma dinâmica 
saudável, respeitosa e de amor. Em reuniões de Grupos de Apoio, o abraço ocorre e não é programado, é 
espontâneo, é uma atitude de acolhimento, de apoio e recuperação à dependentes e familiares.
“O abraço é um laço dado por fora que desata nó por dentro” (Nabude).
“O melhor lugar do mundo é dentro de um abraço” (Jota Quest).

DENTRO DE UM ABRAÇO
(Jota Quest)

O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
Pro mais velho ou pro mais novo
Pra alguém apaixonado, alguém medroso
O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
Pro solitário ou pro carente, eh
Dentro de um abraço é sempre quente, quente
Tudo que a gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente encontra
E no silencio que se faz
O amor diz compromisso
Oh, baby, baby, baby, dentro de um abraço, eh
Tudo mais já está dito
O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
E por aqui não mais se ouve o tique-taque dos relógios
Se faltar a luz, fica tudo ainda melhor
O rosto contra o peito, dois corpos num amasso
Os corações batendo junto em descompasso
A gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente…

Á UM TEMPO certo para cada coisa (...) tempo para abraçar, tempo para não abraçar”
(Eclesiastes 1, 5b - Bíblia Viva)

Palavras-chave
Efeito. Terapêutico. Tempo. Abraçar. Não abraçar.
 








Estamos com saudades de abraçar. Inspirados na mensagem proferida pelo pastor Ed René Kivitz em 11 de 
abril de 2021 – Saudade do seu abraço, em que ele menciona quatro gestos necessários para o abraço, 
baseados na obra de Miroslav Volf, Exclusão e Abraço – pensamos desenvolver aqui esta reflexão.
Este auxílio quinzenal está chegando em um tempo em que nos foi proibido abraçar. O que a falta das 
reuniões presenciais têm causado no contexto deste trabalho que tem, justamente como objetivo, reunir 
dependentes e familiares oferecendo ajuda na recuperação e restauração dos relacionamentos?
Nada substitui o encontro presencial, o aperto de mão, o abraço caloroso. Mas, em tempos de isolamento, 
por causa da ameaça de contaminação e transmissão do COVID-19, estamos nos adaptando à um novo modo 
de viver, com esperança de que tudo volte ao normal.
O isolamento tem que ser apenas do contato físico com o outro. Evitando-se o contato por amor e cuidado à 
saúde pessoal e do outro. O vínculo emocional de amizade e de camaradagem uns com os outros não pode 
morrer. Enquanto isso, é possível manter o diálogo, a empatia e o interesse pelas pessoas através dos meios 
de comunicação da rede virtual, realizando uma ligação, convidando pessoas para participarem de encontros 
virtuais, respondendo e-mails, trocando informações pelos aplicativos “da vida” hoje existentes. Este é um 
tempo de adaptações. 
Para nós que temos as reuniões dos Grupos de Apoio como ferramenta terapêutica e instrumento de 
recuperação da doença da dependência química, que também alcança a família que sofre com a 
codependência, estamos com saudades das reuniões presenciais e esperamos ansiosos pela volta delas.
E mesmo que aqui ou ali estejam liberadas reuniões com o número limitado de participantes e mantendo os 
cuidados da higienização, ainda sentimos a falta da confraternização do cafezinho após as reuniões, das 
conversas entre os pares, das despedidas ao modo antigo, e do abraço nas despedidas.
OS QUATRO GESTOS DO ABRAÇO
Segundo o pastor Ed René Kivitz em recente mensagem sobre os quatro gestos necessários para o abraço, 
abraçar é uma arte. Ele inspirou-se no livro de Miroslav Volf, Exclusão e Abraço. Não é todo mundo que 
sabe abraçar.
1º. Gesto – Abrir os braços. Para o gesto do abraço é preciso abrir os braços. Quando abrimos os braços
estamos declarando nossa insuficiência e dizendo que abrimos espaço em nós para a existência do outro. 
Abrir os braços é uma expressão que significa “eu quero você”, “eu preciso de você”. É uma declaração de 
insuficiência. Eu não me basto. Eu não sou suficiente em mim. “Eu sou” somente com você. “Eu sou o que 
sou somente na comunhão do nós”. Abro os braços para você na minha interioridade, na minha subjetividade, 
na minha afetividade. “Egos cheios de si não abraçam porque se bastam, não se expõem”. Abrir os braços é 
também um convite. Estou dizendo para o outro: “venha”. Venha estar comigo, venha ao meu encontro,



O efeito terapêutico do abraço
DENTRO DE UM ABRAÇO
(Jota Quest)
O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
Pro mais velho ou pro mais novo
Pra alguém apaixonado, alguém medroso
O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
Pro solitário ou pro carente, eh
Dentro de um abraço é sempre quente, quente
Tudo que a gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente encontra
E no silencio que se faz
O amor diz compromisso
Oh, baby, baby, baby, dentro de um abraço, eh
Tudo mais já está dito
O melhor lugar do mundo
É dentro de um abraço
E por aqui não mais se ouve o tique-taque dos relógios
Se faltar a luz, fica tudo ainda melhor
O rosto contra o peito, dois corpos num amasso
Os corações batendo junto em descompasso
A gente sofre
Num abraço se dissolve
Tudo que se espera ou sonha
Num abraço a gente…




venha estar no meu abraço e, ao mesmo tempo estou dizendo: “deixe-me ir ao encontro do seu abraço”. 
“Estou acolhendo você, acolha-me também”. “Estou recebendo você, receba-me também”.
2º. Gesto – Esperar. Abrir os braços e aguardar a resposta do outro. “Esperar”. O abraço não é uma invasão! 
Não é agarrar à força. O abraço é o encontro de duas vontades livres. Quando espero a reciprocidade do 
outro, estou também respeitando a vontade do outro, esperando, se ele porventura, não quer ser abraçado. O 
“não quero ser abraçado” precisa ser respeitado. O “não” é “não”. E quando não há respeito à vontade livre 
do outro, há uma invasão. Há um ato de agressão ou de violência. O abraço é um convite, um oferecimento, 
obedecendo a espera. A gente convida, oferece, mas espera respeitando a vontade do outro. Espera porque o 
outro é uma consciência livre. Espera para não absorver o outo.
3º. Gesto – Fechar os braços. Primeiro abro os braços convidando o outro para o abraço. Aguardo. E se ele 
vem ao meu encontro, fecho os braços e fechamo-nos sobre nós! Nós nos acolhemos mutuamente. Os meus 
braços o envolvem, e os seus braços me envolvem. E envolvemo-nos respeitosamente sem violência, 
respeitando a proporcionalidade da força. No abraço nós somos ativos e passivos ao mesmo tempo. Somos 
anfitriões e hóspedes ao mesmo tempo. Nós damos e recebemos ao mesmo tempo. Nós nos acolhemos 
mutuamente e respeitamos os movimentos e sinais da reciprocidade. Respeitamos os limites do outro. 
Respeitamos até onde este abraço vai, quanto tempo este abraço dura. Quais são as trocas que existem neste 
abraço. Abraçar é uma arte santa. Por isso o respeito para que não haja a perda do “eu”, a dissolução do “eu”
no “nós” –, e por isso, o quarto gesto do abraço é “abrir os braços”.
4º. Gesto – Abrir os braços de novo. Primeiro gesto: abrir os braços. E quando eu abro os braços estou 
dizendo: “venha” e “deixe-me ir”. O segundo gesto: esperar de braços abertos é aguardar e respeitar. O
terceiro gesto, fechar os braços, nós nos abraçamos. E o quarto gesto, abrimos os braços de novo para que 
os dois eus se distanciem, mas que se distanciem, agora, enriquecidos pela troca, enriquecidos pelo encontro. 
Não foram absorvidos ou deixaram de existir em sua individualidade ou subjetividade, ou ainda em sua
“alteridade”. No abraço, se encontraram, trocaram, deram, receberam, acolheram, foram acolhidos, foram 
transformados dentro do abraço e, distanciam-se agora, transformados pelo afeto, pelo amor, e pelo abraço. 
Quando se finda o abraço, começa-se o próximo abraço. Por que o “ir e vir” na direção do outro é um processo 
dinâmico e ininterrupto. Eu vou a você e volto a mim. Continuo sendo eu, você continua sendo você. Nós 
nos encontramos, nos transformamos, nos apertamos, nos enriquecemos, nos consolamos, nos instruímos, 
nos abençoamos e, voltamos à nossa individualidade. E, nos encontramos novamente como que numa dança 
muito bonita de comunhão.
Por isso é que sentimos muita falta dos abraços. Temos saudades dos encontros. Temos saudades do abraço 
porque o abraço é esta dramatização incrível da comunhão espiritual que se chama Igreja. Porque no abraço 
assumimo-nos, confessamos uma unidade com a grande família humana, com a grande família de Deus.
Abraço, portanto, é uma metáfora da comunhão espiritual da Igreja. Metáfora da unidade da família humana. 
Abraço é um ato profético, uma proclamação do Evangelho. Um testemunho do amor de Jesus.

Desenvolvimento da dinâmica
O ideal seria que no final da reunião se pudesse promover um tempo abençoado de abraços dados e abraços 
recebidos. Precisamos nos conter por enquanto. Há tempo de abraçar e tempo de conter-se de abraçar. 
Sabemos que hoje não podemos abraçar atendendo normativas da vigilância sanitária.
As experiências com ser abraçado e dar abraços podem ser compartilhadas. Nesse sentido, a reunião será 
caracterizada pela reflexão e pelo diálogo construtivo.
PERGUNTAS PARA ABRIR O DIÁLOGO E A TROCA DE EXPERIÊNCIAS
1. Que efeitos terapêuticos, curativos e de perdão o abraço traz consigo?
2. Qual foi o dia que você mais recebeu ou deu abraços?
3. “Tudo o que eu preciso é de um abraço”. Você já sentiu necessidade de receber um abraço? Comente.
4. Compartilhe uma experiência sua de abraçar ou de ter sido abraçado.
5. Existe abraço virtual? Aponte as diferenças entre o abraço físico e abraço virtual.
Texto Bíblico
“Para todas as realizações há um momento certo; existe sempre um tempo apropriado para todo o propósito 
debaixo do céu (...) tempo de abraçar e tempo de se apartar do abraço” (Eclesiastes 3.1 e 5b – King James 
Atualizada 1999).
“HÁ UM TEMPO certo para cada coisa (...) tempo para abraçar, tempo para não abraçar” (Eclesiastes 1, 5b 
- Bíblia Viva)
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu (...) tempo de abraçar e 
tempo de afastar-se de abraçar” (Eclesiastes 3.1 e 5b – João Ferreira de Almeida Atualizada 1987).

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